1. A zona costeira
O litoral brasileiro vai do estado do Amapá
ao Rio Grande do Sul. Todo banhado pelo oceano atlântico. Há diversos
ecossistemas próximo à costa brasileira. São eles: os manguezais, as restingas,
os costões rochosos, as praias e os recifes.
Em
muitos destes ecossistemas vivem comunidades como os caiçaras (mistura de
índios com portugueses). A seguir estudaremos com mais detalhes:
a. Manguezal
É uma zona úmida, definida como “ecossistema
costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico
de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés”
(SCHAEFFER-NOVELLI, Y. Manguezal ecossistema entre a terra e o
mar).
Mangue é a
vegetação que predomina no manguezal. Em função do solo extremamente salino e
da deficiência de oxigênio, em virtude das oscilações constantes da maré,
predominam os vegetais pneumatóforos (raízes aéreas) e halófilos. O manguezal possui uma variedade de nichos ecológicos, por isso abriga uma fauna diversificada representada
por anelídeos, moluscos, crustáceos, aracnídeos, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Além disso, esse
ecossistema funciona como o verdadeiro “berçário da natureza”, pois apresenta
condições ideais para reprodução e desenvolvimento de formas juvenis de várias
espécies, principalmente crustáceos e peixes.
b. Costão
rochoso
O costão rochoso é um ambiente costeiro formado por
rochas (substrato consolidado) situado na transição entre os meios terrestre e
marinho. Pode ser formado por paredões verticais bastante uniformes, que se
estendem muitos metros acima e abaixo da superfície da água (ex. a Ilha de
Trindade) ou por matacões de rocha fragmentada de pequena inclinação (ex. na
costa de Ubatuba/SP).
Além de sua importância ecológica como substrato consolidado
para o crescimento de tantos organismos, os costões rochosos são também
importante área para exploração de recursos. Mexilhões e outros tantos moluscos
bivalves são coletados durante as marés baixas em muitos desses locais,
caracterizando a atividade de mariscagem. Além
disso, a coleta de algas marinhas para consumo humano é também uma prática
muito antiga realizada principalmente em países asiáticos, como o Japão.
c. Restinga e dunas
O termo Restinga é
utilizado para definir diferentes formações vegetais que se estabelecem sobre
solos arenosos na região da planície costeira. Esses ecossistemas são
determinados fisicamente pelas condições edáficas (solo arenoso) e pela
influência do mar e estão distribuídos ao longo do litoral brasileiro e por
várias partes do mundo.
A flora da restinga está
adaptada ao solo arenoso e à água salgada. ... A fauna da restinga é
bastante variada, com a presença do sabiá-da-praia, crustáceos, e outros pássaros
como o caboclinho, anu, pintassilgo, beija-flores, a corujinha buraqueira e
jacus, graças, socós e frangos d'água.
O termo dunas se
refere aos morros formados por grãos de areia mantidos agrupados através da
ação do vento ou da água. Elas
possuem um lado maior que sofre erosão (barlavento)
e um lado menor e mais íngreme (sotavento) onde ocorre a deposição do material
erodido. Através deste mecanismo de erosão e deposição as dunas são
consideradas altamente dinâmicas, se “movendo” com o passar do tempo.
No início da formação de uma duna de região litorânea, o
agente formador (água ou vento) também carreia sementes e plântulas.
Contudo, as condições físico-químicas do meio ainda não são favoráveis, pois o
solo apresenta uma alta salinidade e ocorre grande efeito abrasivo do vento.
As espécies pioneiras
a colonizarem as dunas costeiras são geralmente gramíneas halófitas
(que sobrevivem mesmo em concentrações elevadas de sais) que possuem um rápido
ciclo de vida. Um exemplo comum é a morganheira da praia (Euphorbia paralias).
Ao longo de seu crescimento, a duna acumula em suas porções mais profundas
umidade e nutrientes, tanto inorgânicos presentes no sedimento quanto matéria
orgânica que é carreada para o seu interior. Nestas condições, a duna se torna
um ambiente capaz de sustentar formas vegetais mais complexas, como o narciso
da areia (Pancratium maritimum), uma planta arbustiva. Por fim, as dunas
mais antigas ficam enriquecidas de nutrientes e são colonizadas por uma
complexa fisionomia vegetal que combina formas rasteiras, arbustivas e
arbóreas. Ao longo deste processo também ocorre a migração e colonização de
muitas populações animais, principalmente de insetos, répteis e aves.
2.
A vida aquática
Classificação dos ambientes marinhos. O ecossistema aquático marinho pode ser
classificado segundo critérios que envolvem a penetração da luminosidade e a
estratificação de níveis na coluna de água. Logo temos:
- Zona eufótica ou fótica: compreende a região na qual a incidência
luminosa consegue penetrar na coluna de água, geralmente compreendendo cerca de
200 metros de profundidade, de acordo com a turbidez (tonalidade da água em
consequência da saturação de partículas em suspensão). Corresponde à faixa com
considerável concentração de organismos, entre os quais, micro-organismos
fotossintetizantes (autotróficos).
-
Zona Afótica: representa a região
marinha que não recebe qualquer interferência da incidência luminosa. Os
organismos (heterotróficos) que habitam esta faixa dependem da disponibilidade
de oxigênio e matéria orgânica absorvida, respectivamente dissolvida e
percolada (decantada) da zona eufótica.
Quanto à profundidade, o ambiente
marinho de divide em: zona litorânea, zona nerítica, zona abatial e zona
abissal.
Zona litorânea → limite existente entre o nível das marés (alta e
baixa).
Zona nerítica → região que atinge, aproximadamente, 200 metros de
profundidade, estendendo-se cerca de 50 a 60 km da margem litorânea. Representa
o limite com maior biomassa e produtividade aquática, abrigando um grande
número de organismos.
Zona abatial → localizada abaixo da zona nerítica, situa-se entre
200 a 2000 metros de profundidade.
Zona abissal → ambiente marinho mais profundo, situada entre 2000
metros de profundidade e o substrato oceânico, sendo uma região totalmente
afótica (sem luz), onde habitam poucas formas de vida.
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