A
contradição que marca a vida útil de uma garrafa de plástico representa
um sério problema ambiental: embora esse seja um objeto considerado
descartável, ele é fabricado a partir de um material artificial que
perdura por séculos. O resultado é uma montanha de polímero que cresce
no ritmo de mais de 300 toneladas por ano, ameaçando a vida selvagem e
ocupando os oceanos. Isso acontece porque, diferentemente da madeira ou
do papel, esse derivado do petróleo não pode ser processado pelos
micro-organismos responsáveis pela decomposição natural.
Uma
boa notícia indica que a natureza está reagindo a essa disputa desigual
contra o material feito pelo homem. Uma pesquisa japonesa mostra que a
crescente presença do plástico pode ter levado ao surgimento de uma
bactéria capaz de processar o PET, um dos tipos de polímero mais
produzidos no mundo. É a primeira vez que se identifica um
micro-organismo que pode processar completamente o produto.
Até então, apenas algumas espécies de fungo podiam quebrar o PET,
mas eles são bastante lentos e exigem condições muito especiais para
degradar o polímero. A nova bactéria, batizada de Ideonella sakaiensis
2011-F6, possivelmente é o primeiro micro-organismo que de fato usa o plástico como
principal fonte de energia. “O PET tem uma estrutura cristalina e uma
natureza química altamente hidrofóbica. Essa pode ser é a primeira bactéria que
degrada o PET transforman-do em dióxido de carbono e água”, explica ao
Correio Kohei Oda, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Kyoto e um
dos autores do estudo.
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Busca
Em um artigo publicado na edição de hoje da revista Science, os cientistas revelam como encontraram a nova bactéria. Eles recorreram a um centro de reciclagem onde uma grande quantidade de PET havia sido exposta ao solo, à água de esgoto e a outros meios ideais para o surgimento de micro-organismos. A partir de 250 amostras, os pesquisadores realizaram testes para identificar culturas que estivessem transformando o material em algum tipo de subproduto. A análise possibilitou a descoberta da bactéria comedora de plástico, que foi então detalhadamente estudada em laboratório.
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Em um artigo publicado na edição de hoje da revista Science, os cientistas revelam como encontraram a nova bactéria. Eles recorreram a um centro de reciclagem onde uma grande quantidade de PET havia sido exposta ao solo, à água de esgoto e a outros meios ideais para o surgimento de micro-organismos. A partir de 250 amostras, os pesquisadores realizaram testes para identificar culturas que estivessem transformando o material em algum tipo de subproduto. A análise possibilitou a descoberta da bactéria comedora de plástico, que foi então detalhadamente estudada em laboratório.
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