sexta-feira, 27 de maio de 2016

Nível educacional x homicídios

Estudante faz prova do Enem



São Paulo – Destinar mais recursos para a educação é caminho certo para a redução da taxa de homicídios. Pelo menos é o que diz a análise do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgada recentemente. 
De acordo com o Ipea, para cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos nas escolas, há uma redução de 2% na taxa de pessoas assassinadas nos municípios brasileiros.
"Segundo as nossas estimativas, a probabilidade de um indivíduo com até sete anos de estudo ser assassinado no Brasil é 15,9 vezes maior de outro indivíduo que tenha ingressado na universidade, o que mostra que a educação é um verdadeiro escudo contra os homicídios no Brasil", afirma o responsável pelo estudo,  Daniel Cerqueira, doutor em economia pela PUC-Rio e técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea.
Cerqueira afirma que a melhora na qualidade dos serviços educacionais pode evitar que estudantes já matriculados abandonem a escola. Por consequência, isso reduz a necessidade do jovem se envolver em crimes.
“Com muitas portas fechadas, na família, no convívio social, na escola e no mercado de trabalho, a única porta aberta será o mercado do crime, com a possibilidade de retornos financeiros e simbólicos rápidos”, diz a nota técnica do Ipea. “Nesse momento, o crime sempre valerá a pena”.
No entanto, apesar do Brasil ser uma das nações que mais direcionam recursos para a educação, o país ainda patina quando se leva em conta o gasto por aluno da educação básica. 
De acordo com o relatório Education at a Glance 2015 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil gastou cerca de 3,4 mil dólares anuais por cada aluno da rede de educação básica. Enquanto que a média global ultrapassa os 9,3 mil dólares por estudante dos anos iniciais. 
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea explica que o gasto público com educação básica, por aluno, é equivalente a 1/4 do valor investido no ensino superior. "Ou seja, o Estado gasta muito com educação, mas não é para o ensino básico e não é para os pobres", diz Cerqueira. 
"O que fazemos hoje é oferecer uma escola que não motiva, que não estimula e que não conquista as mentes e corações dos jovens. São verdadeiras linhas de produção que procuram incutir na memória das crianças e jovens um incrível conjunto de informações enciclopédicas, que não dizem nada e não reconhecem suas trajetórias individuais e sociais", afirma o especialista. 

sábado, 21 de maio de 2016

A Plataforma Educacional Brasileira...





A nova plataforma para a Educação poderá ter:

1) Base curricular unificada, com foco no "aprender a aprender"; 
2) Avaliação sistemática das escolas, baseada em metas definidas; 
3) Qualificação permanente dos professores; 
4) Bonificação por mérito para escolas e professores.

Dentro do novo contexto da plataforma para a educação. O atual governo vislumbra a implementação e sucesso das situações acima elencadas. Mais como enfrentar a politicagem e o corporativismo sindical?

O nosso atual modelo de educação( escola do século XIX)conspira contra o pobre e o filho do pobre que estuda.Sabemos que "escolares",crianças, e adolescentes são desorganizados em termos de cobrar ao sistema melhorias adequadas.No entanto, o despertar para conhecer o processo educacional em suas nuances já se espalha pelo nosso país.

Como docente sei o significado do processo e acredito que melhorias possam surgir neste nosso cenário de mundo. Serão a longo prazo e de muitas lutas. É preciso investimento e incentivo na formação continuada dos docentes,melhoria da infraestrutura escolar, uma nova pedagogia não linear, efetiva participação dos pais no processo, etc.

Base curricular unificada:
Em um pais com inúmeras diferenças culturais e regionais talvez seja desproporcional para nossa realidade, no mais uma base unificada reduzida a percentuais mínimos. O "aprender a aprender", já é habilidade necessária com base na sensação,percepção,simbolização e de conceituação desde a infância.

Avaliação sistemática das escolas, baseada em metas pré - definidas:  
Como avaliar uma escola com modelo do século XIX, no XXI ?

Primeiro é urgente melhorar a infraestrutura escolar como um todo( equipamentos adequados a faixa etária,salas refrigeradas para as regiões do pais que se faça necessário,notebooks para alunos e professores,quadros adequados para exposição de aulas- hoje o giz e/ou pincel,etc).Segundo, traçar uma nova linha pedagógica não linear e realmente implementá - la( sem falar, nas salas de aulas superlotadas e carga horária estressante).Terceiro, oportunizar a formação continuada dos profissionais que ali trabalham( hoje, para se liberar um docente para estudos continuados é uma verdadeira batalha).E o quarto item, sem sombra de dúvidas, é o pagamento de salários dignos para o docente que realmente estejam compromissado com o processo de ensino e aprendizagem. Acredito que desta maneira dar para se pensar em como avaliar a partir de uma realidade realmente constituída de condições mínimas de trabalho docente escolar.

Qualificação permanente dos professores:
Estados e municípios devem oportunizar essa qualificação( em suas redes de ensino).Oportunizar é possibilitar a saída do profissional da sala de aula para os estudos( mestrado,doutorado) e financiar por completo este momento crucial para a melhoria do seu trabalho docente e para a construção de novos saberes.

Bonificação por mérito para escolas e professores:
Que tipo de bonificação?
Não conheço nenhum pais, estado ou município que melhorou a sua educação de maneira significativa com "bonificações".Todas as nações que melhoraram, foi a custa de investimentos a longo prazo e reconhecimento profissional...Bonificações serve como moeda de troca e o processo educacional não cabe esta nuance.   
  

sábado, 14 de maio de 2016

DNA x Escolaridade

Consórcio internacional de pesquisadores encontra 74 variações no DNA associadas a uma maior escolaridade. O acréscimo, no entanto, parece ser pequeno, não passando de algumas semanas a mais de dedicação aos livros.



Foto - crianças escola, em, sala aula, em, lição. Fotosearch - Busca de Imagens Fotográficas, Impressões, e Fotos Clipart
















O bom desempenho escolar está associado a diversos fatores, como condições socioeconômicas do aluno, experiência do professor, recursos pedagógicos disponíveis, gosto pelos estudos, disciplina e relação da família com a escola, entre muitos outros. Nos últimos anos, mais um elemento começou a compor essa equação: a genética. Não sem críticas, alguns cientistas têm associado variantes de genes — a maior parte implicada com o desenvolvimento neuronal — à inteligência e à escolaridade média da população. Um desses pesquisadores é Daniel Benjamin, da Universidade do Sudeste da Califórnia. Ele compõe um grupo de investigadores que tentam aproximar as ciências médicas das sociais e, desde 2010, têm conduzido estudos nessa linha.

Na edição de ontem da revista Nature, Benjamin apresentou os dados numericamente mais robustos até agora para sustentar que existe uma influência genética na educação. Ele fez parte de um consórcio internacional de 253 cientistas dos Estados Unidos, da Austrália, da Dinamarca, da Estônia, da Islândia, da Holanda e da Suécia que analisaram o sequenciamento de 293.723 europeus de 15 países, cujos registros incluíam quantos anos passaram nos bancos escolares. O resultado apontou 74 variações genéticas associadas à escolaridade média. Boa parte desses genes têm relação com o desenvolvimento do tecido neural, principalmente durante o período pré-natal.

O biólogo ressalta que não está falando de um conjunto de genes da inteligência. Embora as aptidões cognitivas tenham componentes hereditários, há um criticismo geral no meio científico quando se propõe que uma ou outra variante seja responsável pelo brilhantismo do intelecto. O mesmo vale para as associações entre genética e médias de anos de estudo. Até porque, de acordo com Benjamin, para um quadro mais claro da influência do DNA na educação, seria preciso avaliar ao menos 1 milhão de sequenciamentos. Ainda assim, ele destaca que o achado do trabalho pode ser importante para políticas educacionais.





 

domingo, 8 de maio de 2016

Mãe

Mãe, exemplo de mulher,








Mãe, você é um exemplo de mulher: conselheira, amiga, companheira, exemplo de amor e persistência. Por isso é mais que merecido que exista um dia para te homenagear.
Quero aproveitar esse segundo domingo de maio para lembrar que eu te amo, e sobretudo, agradecer a Deus por ter me colocado em seu ventre. Obrigada por estar ao meu lado quando preciso chorar e por me fazer sorrir logo em seguida.
Você é a prova de que amor incondicional existe. Desculpe as minhas falhas e aceite as minhas palavras como celebração deste dia. Feliz Dia das Mães!

domingo, 1 de maio de 2016

Formação Universitária Docente

A escola privada no Brasil, em média, não é muito melhor do que a pública. E é fácil comprovar isso. Os 25% dos jovens da elite brasileira com as melhores notas no Pisa, exame internacional que avalia a qualidade de educação, têm piores notas se comparados aos 25% mais pobres da média dos 65 países participantes da amostra. No ranking, o Brasil fica em 58º lugar. Esse desempenho se deve, principalmente, à má formação dos professores – mas também a outros motivos, como a carga horária de aulas reduzida e a uma escola que não consegue desenvolver competências. Em entrevista à Gazeta do Povo, Cláudia Costin, diretora de Educação do Banco Mundial, explica como esse cenário poderia mudar.
Por que melhorar a formação do professor é um dos principais caminhos para uma educação de qualidade?



A Finlândia não tinha bons resultados educacionais há 40 anos e hoje é o país em primeiro lugar na avaliação internacional do Pisa. Alguns pensam que os educadores finlandeses alcançaram esse nível pelo perfil da sociedade, coesa e protestante. Não é verdade. Um dos principais motivos dessa mudança de patamar foi a transformação da universidade, o modo como eles preparam os professores, é isso que faz a diferença. Ainda não se inventou nada que se substitua um bom professor. Tanto na Finlândia, como na Coreia do Sul, outra nação que ascendeu em qualidade nos últimos anos, o salário dos professores é atraente e a seleção é rigorosa.
Quando você forma um médico, não o faz dando história da medicina, sociologia da medicina; pelo contrário, há uma relação com a prática muito grande. Com o professor, nós ensinamos muita teoria relevante, mas o colocamos em sala de aula sem uma prática importante como professor e o currículo tenha a preocupação com essa prática.





Qual é o problema da formação no Brasil?
Até o começo da década de 90, os professores eram formados no ensino médio. Depois, essa preparação foi para as universidades, o que significou um ganho na formação global do repertório do professor, mas perdemos algo importante nessa transição, o caráter profissionalizante.
Como assim?
A universidade brasileira forma professores pela teoria, enfatizando os fundamentos da educação, sociologia da educação, psicologia da educação, história da educação, mas não prepara o professor para uma profissão. Quando você forma um médico, não o faz dando história da medicina, sociologia da medicina; pelo contrário, há uma relação com a prática muito grande. Com o professor, nós ensinamos muita teoria relevante, mas o colocamos em sala de aula sem uma prática importante como professor e o currículo tenha a preocupação com isso. Essa questão é uma preocupação mundial, a maneira como preparamos o professor tem efeito direto nos alunos.
A solução então é melhorar a exigência da prática nas universidades?
Sim, e também agora, nos professores que já atuam nas escolas. A sala de aula não pode ser uma caixa preta. Há uma experiência interessante da professora Deborah Ball, da Universidade de Michigan, que é simples de ser feita e tem grandes resultados. Ao perceber que os alunos não estavam entendendo a lição, decidiu gravar as próprias aulas de matemática e exibir os vídeos para seus colegas, pedindo ajuda de como ela poderia melhorar na explicação. Essa experiência deu lugar para inovações e também para práticas saudáveis, de professores assistindo as aulas de outros professores e, depois, compartilhando ideias e sugestões.
Algumas escolas investem bastante em treinamento, e também o poder público.
Estudos mostram que muitos treinamentos de professores são inúteis por causa do conteúdo. As instituições tendem a focar em motivação, mas não é isso que os professores precisam. Eles querem ajuda para serem melhores em sala de aula e é nisso que os recursos deveriam ser utilizados. O balanço de tentativa e erro em vários países mostra que iniciativas como a mentoria – professores mais velhos orientando os mais novos –, troca de experiências de práticas bem-sucedidas em sala de aula, identificação e resolução de problemas concretos na aprendizagem dos alunos têm excelentes resultados e são melhor recebidos pelos próprios docentes.

http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/universidades-nao-preparam-professores-para-a-sala-de-aula-8k0jqvc2co2o8g75rj2xhzr4n