domingo, 15 de outubro de 2017

Dia do Professor



O Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. Mas poucos sabem como e quando surgiu este costume no Brasil.
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”.
Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia inovadora e revolucionária, teria sido ótima – caso tivesse sido cumprida.
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado ao Professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia estava lançada, para depois crescer e implantar-se por todo o Brasil.
A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: “Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.

domingo, 20 de agosto de 2017

Educação

Educação não avança porque governos não ajudam

por Marcos de Aguiar Villas-Bôas — publicado 26/07/2017 13h41, última modificação 27/07/2017 10h02
Projetos vanguardistas - como de Eurípedes Barsanulfo, Anália Franco e Tomás Avelino - não têm sido aproveitados pelos governos, que se conformam com a mediocridade


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Em texto anterior, discutimos a evolução histórica inicial da educação no Brasil, começando pelos jesuítas, passando pela adoção do Método Lancaster e terminando, pouco tempo depois, com o retorno progressivo do ensino ao método simultâneo a partir de 1847, em detrimento do método mútuo, predominante por cerca de três décadas.
Ainda que alguns avanços tenham ocorrido nesse fim do período imperial e no início da República, nada de estrutural ocorreu. Como até hoje acontece com a maioria das vanguardas existentes dentro e fora do Brasil, asiniciativas mais relevantes em termos de educação ficam pouco conhecidas pelas pessoas em geral e até mesmo por boa parte dos educadores.
No interior de Minas Geais, por exemplo, o educador Eurípedes Barsanulfo criou, em 1902, com outros professores, o Liceu Sacramento, no município de mesmo nome, que viria a se chamar anos depois, com algumas mudanças educacionais, Colégio Allan Kardec.
O Brasil quase sempre tem suas boas iniciativas isoladas de vanguarda, mas o problema normalmente está na falta de visão, vontade e competência dos governantes para transformar essas exceções em regra, criando políticas eficientes para difundi-las, mas sem perder qualidade.
Muito antes do bom Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, publicado apenas em 1932, Barsanulfo aplicou em sua escola as salas mistas, com homens e mulheres, uma novidade para a época, além de, no método, apresentar uma educação mais focada na prática e na fixação de valores morais, seguindo a linha de autores estudados neste blog, como ComeniusRousseauPestalozzi e Rivail, ainda que não tivesse conhecido os posicionamentos da maioria deles.
Uma grande causa de atraso da educação brasileira foi, por muito tempo, a instituição Igreja Católica, que tentava manter, a todo custo, o seu controle sobre as escolas. Isso ficou claro quando adveio o referido manifesto em 1932, que trazia ideias progressistas e gerou um embate direto com a Igreja.
Após a proclamação da República em 1889, com a separação entre Estado e Igreja, esta buscou, com todas as forças, se manter no controle do país, e a educação, obviamente, é o principal meio de moldar as mentes dos indivíduos.
O Manual de Literaturas Estrangeiras, por exemplo, de autoria anônima, era um calhamaço de 660 páginas, de adoção obrigatória pelas escolas católicas, que criticava romancistas e outros pensadores estrangeiros que mudaram os rumos do mundo. A Igreja lançava um movimento contrarrevolucionário, tentando impedir as mudanças estimuladas pela revolução de 1930 e pelo movimento da Escola Nova.
Apesar disso, Eurípedes Barsanulfo, mesmo sendo inicialmente católico e depois espírita, tinha como parte importante do seu método o ensino da história das religiões em geral, sem doutrinação, revisitando fatos marcantes que determinaram a própria construção das sociedades, assim como os valores morais sustentados por elas, que, ao fim e ao cabo, afastadas as distorções, terminam sendo, em regra, muito parecidos.
É bom lembrar que, apesar de o manifesto ter vindo apenas em 1932, Rui Barbosa já vinha propagando as ideia da Escola Nova desde o final do século XIX, ganhando apoio de José Veríssimo e agitação de Olavo Bilac, mas os especialistas entendem que Barsanulfo, isolado no interior de Minas Gerais, não chegou a ter contato com essa proposta, intuindo boa parte das novidades que imprimiu à educação da instituição que criou. 
Outro marco da escola de Barsanulfo era a gratuidade e, assim, a abertura a qualquer tipo de aluno. Com isso, quebrou outro vício da época, mas que perdura de certa forma até hoje, o de separar a elite econômica e os mais humildes. A maior parte dos seus alunos eram, de fato, humildes, mas sua proposta alcançou tanto sucesso que terminou atraindo educandos das mais variadas origens socioeconômicas.
Assim como Pestalozzi, Barsanulfo investiu muito no amor no ensino, em lugar dos castigos corporais, ainda muito comuns à época. Hoje, apesar de ser raro e detestável o castigo corporal, as expulsões de classe, suspensões, proibições etc. são ainda muito comuns enquanto ferramentas educativas para moldar os comportamentos dos educandos, o que, com frequência, não soluciona o problema na raiz.
Numa relação educador x educando, é preciso que se entregue a este aquilo que ele deverá desenvolver em sua vida. É preciso estimular o desenvolvimento das faculdades naturais, e um meio básico de se fazer isso é sendo simplesmente um espelho, ou seja, agindo da forma como se queria que os educandos viessem a agir, explicando a eles porque se deve escolher o caminho “a” ou “b”.
O que se vê com frequência, contudo, é o educador descontar nos educandos as amarguras da vida, considerando suas transgressões de comportamento – e, às vezes, as mais brandas – ofensas que precisam ser apenadas de forma dura. Seja em presídios, seja nos lares, seja nas escolas, há variados estudos demonstrando que a dureza não é a melhor saída quando se quer desenvolver no outro comportamentos de maior paz, serenidade e amor.
Não se trata de leniência, mas de outra forma de lidar com os comportamentos indesejáveis, que pode ser menos hábil a extravasar a insatisfação do educador e que tende a exigir mais trabalho dele, porém que provoca mudanças mais profundas e com resultados muito mais efetivos naqueles que precisam ser educados para não agirem mais de determinada forma considerada inadequada.
Em regra, o indivíduo aceita melhor aquilo que lhe é sugerido quando admira e gosta daquele que lhe faz a sugestão. Por essa e pelas razões acima, é preciso que o educador seja preferencialmente alguém em paz de espírito, sereno, sábio, amoroso, para que possa ganhar a admiração e o afeto do seu educando, gerando, assim, um vínculo que facilita enormemente o processo pedagógico. Uma vez que se pretenda exigir tanto do educador, é necessário que ele seja mais bem preparado e remunerado. 
Segundo Alessandro Cesar Bigheto, um dos maiores especialistas na educação oferecida por Barsanulfo, seu programa era norteado “por princípios de educação ativa e respeito à liberdade de aprendizado, sem os tradicionais sistemas disciplinares. Apenas parte das aulas de Barsanulfo eram expositivas. Os alunos eram estimulados a agir diante do conhecimento. Nas aulas de ciências, observação e contato direto com a natureza; nas aulas de astronomia, investigação e análise dos astros e de aspectos do Universo. Para desenvolver o físico, praticava-se ginástica todos os dias. Havia aulas-passeio como método para se discutir e estudar os diferentes temas. Para se desenvolver a alma, os sentimentos morais e a reflexão ética provocavam-se ações que levassem a uma vivênvia ativa da cooperação fraterna”.
Outra educadora vanguardista no Brasil foi Anália Franco, que seguiu um projeto pedagógico semelhante ao de Barsanulfo, ficando conhecida como a Pestalozzi brasileira, por se dedicar à educação dos órfãos com o mesmo amor do pedagogo suíço, além de a vários outros projetos que ela criou em prol de excluídos e explorados. Conta-se que Anália teve acesso à vida e às ideias de Pestalozzi por meio de educadores portugueses.
Coincidência ou não, um terceiro educador, Tomás Avelino, que fundou a Escola Pestalozzi, em Franca/SP, no ano de 1944, havia passado 5 anos no orfanato Anália Franco em São Paulo/SP, onde teve contato com a proposta psicopedagógica daquela que fundou cerca de 100 instituições, dentre escolas, orfanatos e albergues. 
Após esse período, Avelino retornou a Divinópolis/MG em 1913 e, depois de alguns anos, em 1916, foi estudar no Colégio Allan Kardec em Sacramento/MG, com Eurípedes Barsanulfo.
Não é à toa, portanto, que Avelino tenha fundado, juntamente com sua esposa Maria Aparecida Rebêlo, que era professora, a Escola Pestalozzi. O dinheiro para a fundação da escola veio da Fábrica de Calçados Pestalozzi, de propriedade também dos dois.
Os Pioneiros da Escola Nova foram os primeiros a constituir um movimento organizado, e bem registrado no manifesto, por uma reforma estrutural na educação brasileira, mas obtiveram sucesso tímido, enquanto que as iniciativas isoladas mencionadas acima, algumas bem anteriores ao manifesto de 1932, produziram grandes frutos nos seus reduzidos cenários e ficaram ainda menos conhecidas do grande público e mesmo dos educadores. 
A despeito de alguns pequenos avanços aqui e ali, a estrutura da educação no Brasil é a mesma do século XIX: autoritária, doutrinadora, teórica, abstrata, segmentária das disciplinas, com pouca análise crítica moral, social, econômica e política, e menor ainda dialética. 
Isso porque, dentre outras razões, os governantes não souberam e não quiseram quebrar com o modelo tradicional a partir da difusão das diferentes iniciativas vanguardistas que aconteceram e acontecem no Brasil e no mundo.
É difícil de negar que a gravidade da crise moral, social, econômica e política pela qual o país passa esteja intimamente ligada ao fracasso da educação. Resta saber quem terá vontade, força e coragem para mudar essa realidade.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Água e Dessalinização

Cientistas desenvolvem 'peneira' de grafeno que transforma água do mar em potável

Direito de imagemUNIVERSIDADE DE MANCHESTER
Image captionIlustração feita por pesquisadores do Reino Unido mostra como membrana de óxido de grafeno por separar o sal da água
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, criou uma "peneira" de grafeno que consegue remover o sal da água do mar. A invenção tem o potencial de ajudar milhões de pessoas sem acesso direto a água potável.
O grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, como o diamante e o grafite.
A peneira criada pelos cientistas é feita usando um derivado químico, o óxido de grafeno, e pode ser altamente eficiente na filtragem do sal. Ela agora será testada em comparação a membranas de dessalinização já existentes.
Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação científica Nature Nanotechnology.

Facilidade

O grafeno foi descoberto em 1962, mas foi pouco estudado até ser redescoberto, isolado e caracterizado por pesquisadores da Universidade de Manchester em 2004. Ele consiste em uma camada fina de átomos de carbono organizada em uma espécie de treliça hexagonal.
Suas propriedades incomuns, como sua força elástica e condutividade elétrica, o tornaram um dos metais mais promissores para futuras aplicações.
Mas até o momento, era difícil e caro produzir barreiras de grafeno em escala industrial com os métodos existentes.
Rahul Nair, que liderou a pesquisa, revela, no entanto, que o óxido de grafeno pode ser feito facilmente em laboratório.
"Em forma de solução ou tinta, podemos aplicá-lo em um material poroso e usá-lo como membrana. Em termos de custo do material e produção em escala, ele tem mais vantagens em potencial do que o grafeno em uma camada."
"Para tornar a camada normal de grafeno permeável, é preciso fazer pequenos buracos nela, mas se esses buracos forem maiores que um nanômetro, os sais escapam por eles. Seria preciso fazer uma membrana com um buraco muito uniforme com menos de um nanômetro para que ela possa ser usada na dessalinização. É muito difícil."
As membranas feitas de óxido de grafeno provaram ser capazes de filtrar nanopartículas, moléculas orgânicas e até sais de cristais maiores. Mas até agora, elas não conseguiam ser usadas para filtrar sais comuns, que requerem peneiras ainda maiores.
Trabalhos anteriores mostravam que as membranas de óxido de grafeno ficavam levemente inchadas quando imersas em água, o que permitia que sais menores passassem por seus poros juntamente com moléculas de água.
Água limpaDireito de imagemEPA
Image captionA escassez de água deve afetar 14% da população mundial até 2025, segundo a ONU; países ricos investem em dessalinização
Agora, Nair e seus colegas demonstraram que colocar paredes feitas de resina epóxi em cada lado da membrana de grafeno é suficiente para frear este inchaço.
Isso também permitiu aos cientistas ajustar as propriedades da membrana, deixando passar mais ou menos sal, por exemplo.

Promessa

Até 2025, a ONU estima que 14% da população mundial enfrentará escassez de água.
Enquanto os efeitos da mudança climática continuam a reduzir os reservatórios que abastecem as cidades, países mais ricos investem também em tecnologias de dessalinização como alternativa.
Atualmente, usinas de dessalinização ao redor do mundo usam membranas feitas com polímeros.
"Nosso próximo passo é comparar as membranas de óxido de grafeno com o material mais sofisticado disponível no mercado", diz Rahul Nair.
Mas em um artigo que acompanhava a pesquisa na revista Nature Nanotechnology, o cientista Ram Devanathan, do Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico, nos EUA, disse que seria preciso mais estudo para conseguir, de fato, produzir membranas de óxido de grafeno a baixo custo e em escala industrial.
Segundo ele, a equipe britânica ainda precisa demonstrar a durabilidade da membrana durante o contato prolongado com a água do mar e garantir que ela é resistente ao acúmulo de sais e de material biológico - o fenômeno requer que as barreiras de dessalinização existentes hoje sejam limpas ou substituídas periodicamente.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Dia Mundial da Água(22 de março de 2017)






Dia Mundial da Água
(22 de Março de 2017-Quarta-feira)


TEMA do dia Mundial da Água 2017: ÁGUAS RESIDUAIS.
Celebrado mundialmente desde 22 de março de 1993, o Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92). Desde então as celebrações ao redor do mundo acontecem a partir de um tema anual, definido pela própria Organização, com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos.
Esta data foi criada com o objetivo de alertar a população internacional sobre a importância da preservação da água para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta. Para isso, todos os anos o Dia Mundial da Água aborda um tema específico sobre este mineral de extrema e absoluta importância para a existência da vida.
A conscientização sobre a urgência da economia deste recurso natural e como utilizado com cuidado é uma das principais metas do Dia da Água. A água limpa e potável é um direito humano garantido por lei desde 2010, de acordo com a Organização das Nações Unidas – ONU. Mesmo o planeta Terra sendo constituído aproximadamente 70% de água, apenas 0,7% de toda a água do mundo é potável, ou seja, adequada para o consumo humano.
ÁGUAS RESIDUAIS:
Popularmente conhecida como esgoto, à água residual compreende todo o volume de água que teve suas características naturais alteradas após o uso doméstico, comercial ou industrial. Trata-se de uma substância com grau de impureza que varia de acordo com sua utilização, mas que sempre contém agentes contaminantes e potencialmente prejudiciais à saúde humana e à natureza de modo geral.
O retorno dessa água ao meio ambiente deve necessariamente sofrer tratamento de modo que ela volte a apresentar qualidade e limpeza adequadas para que seja lançada no corpo receptor (rio, lago ou mar) sem causar danos à saúde e ao ecossistema.
No Brasil, a coleta e tratamento das águas residuais configuram-se como grande desafio para o saneamento ambiental. Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 48,6% da população tem acesso à coleta de esgoto, sendo que deste efluente coletado somente 40% passa por algum tipo de tratamento antes de ser descartado no meio ambiente.
O tema ainda demonstra a desigualdade social no país. Estados mais carentes e menos desenvolvidos apresentam menos acesso ao saneamento básico frente aos Estados com mais recursos. Por exemplo, a região norte é que apresenta as médias mais baixas de tratamento de esgoto (14,36%), enquanto o Centro-Sul brasileiro apresenta melhores índices, acima da média nacional.
DIA MUNDIAL DA ÁGUA E SUA ORIGEM:
O Dia Mundial da Água foi instituído pela Organização das Nações Unidas - ONU, através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993, determinando que o dia 22 de março seria a data oficial para comemorar e realizar atividades de reflexão sobre o significado da água para a vida na Terra. Neste mesmo dia, a ONU lançou a Declaração Universal dos Direitos da Água, que apresenta entre as principais normas: 
1 - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos. 
2 - A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.

3 - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. 
4 - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e com um funcionamento normal para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. 
5 - A água não é somente herança dos nossos antepassados; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. A sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. 
6 - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. 
7 - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, a sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. 
8 - A utilização da água implica que haja respeito pela lei. A sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. 
9 - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos da sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. 
10 - O planeamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.


Fonte: ONU (Organização das Nações Unidas)

quinta-feira, 2 de março de 2017

Formas de vida primitiva na terra.



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(ANSA) – Por Leonardo De Cosmo – Os traços mais antigos de formas de vida na Terra foram descobertos no Canadá. Tratam-se de microrganismos que viveram há 3,8 milhões de anos e próximo às fontes hidrotermais. Os resultados das análises feitas pelo biogeoquímico Matthew Dodd, da Universidade College de Londres, foram publicados na revista Nature. A descoberta pode ser um sinal dos primeiríssimos seres vivos que surgiram no planeta.

As marcas dos antigos seres vivos foram reconhecidas nas rochas de Nuvvuagittuq, em Quebec, no Canadá, e já eram conhecidos por estarem entre as mais antigas do planeta. Além disso, seriam a prova indiscutível da existência de atividade biológica de ao menos 3,8 milhões de anos atrás.

As análises identificaram estruturas tubulares e filamentos compostos por óxidos de ferro, muito parecidos com aqueles que podem ser encontrados ainda hoje nas proximidades das fontes hidrotermais oceânicas. Eles teriam sido formados por microorganismos que estavam aprisionados em camadas de quartzo.

A descoberta ainda dá sustento às hipóteses de que a vida tenha sido desenvolvida nas fontes termais oceânicas nas proximidades de “caminhos” de água muito quentes, parecidos com aqueles existentes ainda hoje e que alimentam comunidades de seres vivos “extremos”.

Até agora, da existência de formas de vida antigas, tinham sido encontrados apenas traços de estromatólitos, verdadeiras rochas formadas de sedimentos produzidos também por antigas bactérias ou algas microscópicas. Nem todos os cientistas concordavam sobre sua origem biológica.

“A descoberta foi feita sobre algumas das amostras de rochas mais antigas que se tem conhecimento, e a datagem dos restos poderiam ser ainda mais velhas, de até 4,2 milhões de anos”, explicou o geólogo Carlo Doglioni, da Universidade Sapienza de Roma e presidente do Instituto Nacional de Geologia e Vulcanologia (INGV).

Os mesmos ambientes nos quais esses antigos organismos teriam sido desenvolvidos

podem ter existido também em Marte, há milhões de anos, e podem ser ativos ainda hoje também nos oceanos da Europa e no satélite Encélado. “Por isso também fica interessante estudar as fontes hidrotermais, e quem sabe não seja possível encontrar moléculas que tiveram papel importante para o nascimento da vida e que seja possível, hoje, serem usadas também pela medicina”, disse o biólogo Carlo Alberto Redi, da Universidade de Pávia.