quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O ambiente aquático e a região costeira

 1. A zona costeira

    O litoral brasileiro vai do estado do Amapá ao Rio Grande do Sul. Todo banhado pelo oceano atlântico. Há diversos ecossistemas próximo à costa brasileira. São eles: os manguezais, as restingas, os costões rochosos, as praias e os recifes.

Em muitos destes ecossistemas vivem comunidades como os caiçaras (mistura de índios com portugueses). A seguir estudaremos com mais detalhes:

    a. Manguezal  

       É uma zona úmida, definida como “ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés” (SCHAEFFER-NOVELLI, Y. Manguezal ecossistema entre a terra e o mar).

       

Mangue é a vegetação que predomina no manguezal. Em função do solo extremamente salino e da deficiência de oxigênio, em virtude das oscilações constantes da maré, predominam os vegetais pneumatóforos (raízes aéreas) e halófilos. O manguezal possui uma variedade de nichos ecológicos, por isso abriga uma fauna diversificada representada por anelídeosmoluscoscrustáceosaracnídeosinsetosanfíbiosrépteisaves e mamíferos. Além disso, esse ecossistema funciona como o verdadeiro “berçário da natureza”, pois apresenta condições ideais para reprodução e desenvolvimento de formas juvenis de várias espécies, principalmente crustáceos e peixes.

    b. Costão rochoso

         O costão rochoso é um ambiente costeiro formado por rochas (substrato consolidado) situado na transição entre os meios terrestre e marinho. Pode ser formado por paredões verticais bastante uniformes, que se estendem muitos metros acima e abaixo da superfície da água (ex. a Ilha de Trindade) ou por matacões de rocha fragmentada de pequena inclinação (ex. na costa de Ubatuba/SP).

Além de sua importância ecológica como substrato consolidado para o crescimento de tantos organismos, os costões rochosos são também importante área para exploração de recursos. Mexilhões e outros tantos moluscos bivalves são coletados durante as marés baixas em muitos desses locais, caracterizando a atividade de mariscagem. Além disso, a coleta de algas marinhas para consumo humano é também uma prática muito antiga realizada principalmente em países asiáticos, como o Japão.

    c. Restinga e dunas

        O termo Restinga é utilizado para definir diferentes formações vegetais que se estabelecem sobre solos arenosos na região da planície costeira. Esses ecossistemas são determinados fisicamente pelas condições edáficas (solo arenoso) e pela influência do mar e estão distribuídos ao longo do litoral brasileiro e por várias partes do mundo.

flora da restinga está adaptada ao solo arenoso e à água salgada. ... A fauna da restinga é bastante variada, com a presença do sabiá-da-praia, crustáceos, e outros pássaros como o caboclinho, anu, pintassilgo, beija-flores, a corujinha buraqueira e jacus, graças, socós e frangos d'água.

       O termo dunas se refere aos morros formados por grãos de areia mantidos agrupados através da ação do vento ou da água. Elas possuem um lado maior que sofre erosão (barlavento) e um lado menor e mais íngreme (sotavento) onde ocorre a deposição do material erodido. Através deste mecanismo de erosão e deposição as dunas são consideradas altamente dinâmicas, se “movendo” com o passar do tempo.

No início da formação de uma duna de região litorânea, o agente formador (água ou vento) também carreia sementes e plântulas. Contudo, as condições físico-químicas do meio ainda não são favoráveis, pois o solo apresenta uma alta salinidade e ocorre grande efeito abrasivo do vento. As espécies pioneiras a colonizarem as dunas costeiras são geralmente gramíneas halófitas (que sobrevivem mesmo em concentrações elevadas de sais) que possuem um rápido ciclo de vida. Um exemplo comum é a morganheira da praia (Euphorbia paralias). Ao longo de seu crescimento, a duna acumula em suas porções mais profundas umidade e nutrientes, tanto inorgânicos presentes no sedimento quanto matéria orgânica que é carreada para o seu interior. Nestas condições, a duna se torna um ambiente capaz de sustentar formas vegetais mais complexas, como o narciso da areia (Pancratium maritimum), uma planta arbustiva. Por fim, as dunas mais antigas ficam enriquecidas de nutrientes e são colonizadas por uma complexa fisionomia vegetal que combina formas rasteiras, arbustivas e arbóreas. Ao longo deste processo também ocorre a migração e colonização de muitas populações animais, principalmente de insetosrépteis e aves.

 

2. A vida aquática

    Classificação dos ambientes marinhos. O ecossistema aquático marinho pode ser classificado segundo critérios que envolvem a penetração da luminosidade e a estratificação de níveis na coluna de água. Logo temos:

    - Zona eufótica ou fótica: compreende a região na qual a incidência luminosa consegue penetrar na coluna de água, geralmente compreendendo cerca de 200 metros de profundidade, de acordo com a turbidez (tonalidade da água em consequência da saturação de partículas em suspensão). Corresponde à faixa com considerável concentração de organismos, entre os quais, micro-organismos fotossintetizantes (autotróficos).

    - Zona Afótica: representa a região marinha que não recebe qualquer interferência da incidência luminosa. Os organismos (heterotróficos) que habitam esta faixa dependem da disponibilidade de oxigênio e matéria orgânica absorvida, respectivamente dissolvida e percolada (decantada) da zona eufótica.

Quanto à profundidade, o ambiente marinho de divide em: zona litorânea, zona nerítica, zona abatial e zona abissal.

Zona litorânea → limite existente entre o nível das marés (alta e baixa).

Zona nerítica → região que atinge, aproximadamente, 200 metros de profundidade, estendendo-se cerca de 50 a 60 km da margem litorânea. Representa o limite com maior biomassa e produtividade aquática, abrigando um grande número de organismos.

Zona abatial → localizada abaixo da zona nerítica, situa-se entre 200 a 2000 metros de profundidade.

Zona abissal → ambiente marinho mais profundo, situada entre 2000 metros de profundidade e o substrato oceânico, sendo uma região totalmente afótica (sem luz), onde habitam poucas formas de vida.

 

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